quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Alvo Fácil

Multidão,  Eu e Tu.
Barulho, mas um silêncio entre nós.
Coração acelerado, olhar parado, todos olham e ninguém vê nada.
Eu e Tu vemos o que não é visível.
Estamos longe mas tão perto... Castanho com castanho, relógio parado.
O sorriso surge e a vergonha aparece, egoísmo por outros perceberem o que é nosso, radiante pela união de dois mundos.

O sorriso rapidamente passa a lágrimas, castanho baço, o relógio parou de vez.
Coração calmo como o de quem já cá não está.
O barulho está agora dentro de mim, da minha alma, enquanto à minha volta tudo está calmo e silencioso, só a minha vida é que mudou, a minha vida... Uma simples vida no meio de tantas outras, "uma simples fase", "um simples problema quando há piores", um simples ataque, uma simples depressão, uma simples falsa amizade, um simples amor falso, um simples amor impossível, uma simples morte.
Morremos e nem nos apercebemos.
Todos nós morremos mas continuamos vivos, como há histórias que morrem ainda vivas, como as do amor, em que o sentimento vive como uma criança (feliz) rodeada de brinquedos mas que não pode brincar.
Todos nós temos uma história, uns já a viveram enquanto outros estão a vive-la agora. 
Cada tipo de história, cada história de amor (impossível) é diferente. 
Existem amores prováveis mas impossíveis. 
Existem histórias de amores impossíveis com finais felizes tal como existe apenas a história do amor impossível... 

Todos somos um alvo fácil do amor.
Todos somos um alvo fácil do amor improvável, do amor unilateral, do amor platónico, do amor impossível... E todos somos incapazes de remover a bala ou de simplesmente nos desviarmos.