terça-feira, 17 de julho de 2018

Tempo versus Vícios

Os meus horizontes, de mim, por ti, se abriram.
Entreguei-me a ti da forma mais difícil que para mim existia, tanto de alma como de corpo.
Grandes e fortes tempestades atravessámos, e quando eu pensava que o nosso tempo de cor tinha chegado, a roseira não floresceu mais.
Estas rosas de chocolate não queria que fossem, mas sim de amor. Rosas do nosso amor, mas estas em negócio se tornaram, matando assim o tempo que teríamos de primavera.

Tentámos o impossível, lutámos contra obstáculos, lutámos mesmo sem forças ou capacidades para tal, mas fizemo-lo, mas esquecemo-nos que ás vezes o problema, depois de lutar contra os outros que nos rodeiam, acabamos por ser nós.

Foram tantas as oposições e mais ainda as discussões, mas as poucas admirações positivas fortaleceram-nos. "O vosso amor é lindo" e nada nem ninguém consegue destruir isso. Nem á beleza, nem ao amor, a não sermos nós próprios a faze-lo.

Eu fugi daquilo que tu me fazias sentir, enquanto tu me deixaste ir, refugiando-te naquilo que sempre foi o teu vício. Nunca te julguei, nem nunca te impedi, só fiz por melhorares, mas tu ao passado voltaste. E enquanto finges que estás bem, eu vou tentar ser diferente de ti, e não voltar aos velhos vícios que por ti deixei, sendo isto aquilo que mais desejei que também fizesses, mas infelizmente a promessa foi quebrada, tal como a ilusão que eu tinha disso.

Agora nada eu posso fazer, a não ser distanciar-me de ti e daquilo que a mim me pôs mal.
Mas mesmo de longe estou a olhar por ti, mesmo de longe quero-te ver bem. E mesmo de longe, espero que percebas que se pensas que te julgo, nunca teria construído esta história contigo, mesmo que a meio tenha ficado.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Esperança Ou Falta De Coragem?

Hoje, dia 28 de Maio de 2018, faz 2 anos que partiste.
2 anos marcados pela solidão, pela ausência e pela saudade.

Vou-te ser sincera, mesmo que seja invulgar ou mesmo que seja julgada... Já não penso tanto na falta que me fazes, mesmo sabendo que é colossal. Acho que aprendi a lidar com a inexistência, com a tua ausência.
Aprendi ainda que para vivermos, temos de aprender a sobreviver primeiro. Já aprendi a sobreviver, viver não sei, tal como ainda não sei lidar com o arrependimento, com esta mágoa que em mim habita. Mas quem sabe? Talvez viver não passe disso mesmo, de um jogo de sobrevivência.

Queria-te por perto, queria que me visses a alcançar objetivos que dentro de mim tenho traçados, mas em vez disso, esta escuridão, na qual o meu coração ficou envolto, ofereceu-me de "mão beijada" a incapacidade de lutar por eles. Não te culpo por me teres provocado este abismo dentro de mim, aliás, foste "só" mais uma peça neste infindável puzzle, do qual penso que a última peça tenha sido roubada, aquela peça que quando encaixa todos pulam de felicidade... Mas seria esse o fim de um pesadelo ou apenas o início do meu descanso a teu lado? Não sei se é esperança por ainda pensar que este tormento poderá acabar ou apenas falta de coragem para encarar a realidade. Falta de coragem... Há exatamente 2 anos sofri muito devido a essa falta de bravura, ainda sofro, mas pela tua morte, e, talvez nisto encontre a minha resposta... Ainda tenho esperança; esperança para um dia marcar tão positivamente a vida de alguém como tu marcaste a minha. 

sábado, 26 de maio de 2018

Impossibilidades Do Passado

Vida = existência; período que decorre entre o nascimento e a morte.
Todos nós "temos vida", pensamos, ouvimos, escrevemos e respiramos, mas nem todos estamos realmente vivos. 
Por momentos deixei de pertencer a esse período a que se chama "vida", a minha alma abandonou aquilo que separa o nascimento da morte. 
Eu ainda existia, só não estava mais viva.

A vida não passa de uma corrida contra o tempo e, quando chegamos à meta, vemos o tempo que perdemos só a apertar as sapatilhas.
Eu por momentos deixei de pertencer a esse período a que se chama "vida", desisti dessa corrida, mas o meu tempo ainda não tinha acabado. Perdi tempo mas ganhei força.
O segundo em que escrevo é mais um segundo que perco, menos um segundo que vivo mas mais força que ganho.
Estamos constantemente a querer desistir e à procura de tempo e nem nos apercebemos.
Queremos viver mas não sabemos como, perdendo tempo no aquecimento. 
Queremos sorrir mas não aguentamos o choro que transborda do coração que já muito aguentou e que, infeliz, grita por querer chegar à meta.
O coração quer matar a própria dor, não a própria vida e assim, magoado, no fundo sensível, implora pelo fim e não querendo ser egoísta, vai sobrevivendo pela corrida dos amados.

Quantas vezes sonhamos ser aquilo que não éramos? Sendo por aquilo que lutávamos.
Quantas vezes quisemos viver o impossível? Impossível hoje, realidade amanhã.
Nós vivemos de impossíveis e de sonhos inalcançáveis. Mas esquecemo-nos que o hoje já foi um sonho, que já foi impossível. Esquecemo-nos que o futuro é nosso e o destino somos nós que o fazemos.
Aquilo que agora vemos nem sempre assim foi, e nem sempre assim será.
Muitas foram as vezes em que ouvi "nunca digas nunca", e achava eu que percebia o sentido, até que a impossibilidade de ontem se tornou a realidade de hoje.

Ser feliz não depende da vida, depende de nós.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Amor Prisioneiro

Com Filosofia eu aprendi:
Nasci com o direito propriedade.
Com o amor eu aprendi:
Direito propriedade não me deixa ser feliz.

Nasci com o direito propriedade
Sem culpa, sem noção.
Nasci com o direito propriedade
Mas educá-lo foi a minha obrigação. 

Ao nascer assim,
Sem culpa e sem noção,
Amei alguém sem razão. 

O direito propriedade levou-me á prisão,
Fui prisioneira e polícia.
Fez-me bem,
Mas acabei no chão.

Ele era meu,
Eu era dele,
Mas o "amor" deste,
Comigo não deu. 

Fui dividida,
Fiquei despedaçada.

Fiquei entre o amor,
Este que me fazia feliz,
E o mesmo que me impedia de ser livre. 

Tinha amor,
mas não tinha liberdade.
Tinha proteção,
mas não tinha defesa. 

Percebi assim, 
Eu não era feliz.

Com o amor eu aprendi:
Não é o direito propriedade que não me deixa ser feliz.
Ser órfã de amor é que me impede de o ser.

terça-feira, 3 de abril de 2018

Porto Seguro

Eu sabia que isto um dia ia chegar,
Que um dia o mar te ia levar.

Nunca pensei despedir-me tão cedo de algo que tanto amei.

Vi o meu mundo a desabar,
Quando vi os braços de quem amava escapar
Sendo onde eu mais queria pousar.

Certo dia prometi-te:
"- Enquanto houver mar remarei até ti"
Sabendo eu que nem nadar sabia,
Podendo eu afogar-me nesta imensidão de desgosto.
"- Enquanto houver frio serei brasa para te aquecer"
Sendo eu o coração mais frio que algum dia irias encontrar.

Por tantas promessas,
Por tantas confusões dentro de mim vividas,
Eu sonhei com o impossível e continuei a promessa:
"- Podem vir mil tornados que o que sinto por ti não irá fugir."

Sentimento intacto,
Coração parado,
Coração gelado.

O mar levou o meu porto seguro
Este que não lhe pertencera.
Este que era meu,
Outrora meu porto seguro,
Hoje outra abriga..

A promessa manter-se-ia:
- Enquanto houver mar remarei até ti,
Enquanto houver frio serei brasa para te aquecer,
Podem vir mil tornados que o que sinto por ti não irá fugir.

Mas, com tantas velas rasgadas,
Com tantos motores bloqueados,
Com tantas âncoras mal apoiadas...
Um pequeno tornado corrompeu o inquebrável.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Alvo Fácil

Multidão,  Eu e Tu.
Barulho, mas um silêncio entre nós.
Coração acelerado, olhar parado, todos olham e ninguém vê nada.
Eu e Tu vemos o que não é visível.
Estamos longe mas tão perto... Castanho com castanho, relógio parado.
O sorriso surge e a vergonha aparece, egoísmo por outros perceberem o que é nosso, radiante pela união de dois mundos.

O sorriso rapidamente passa a lágrimas, castanho baço, o relógio parou de vez.
Coração calmo como o de quem já cá não está.
O barulho está agora dentro de mim, da minha alma, enquanto à minha volta tudo está calmo e silencioso, só a minha vida é que mudou, a minha vida... Uma simples vida no meio de tantas outras, "uma simples fase", "um simples problema quando há piores", um simples ataque, uma simples depressão, uma simples falsa amizade, um simples amor falso, um simples amor impossível, uma simples morte.
Morremos e nem nos apercebemos.
Todos nós morremos mas continuamos vivos, como há histórias que morrem ainda vivas, como as do amor, em que o sentimento vive como uma criança (feliz) rodeada de brinquedos mas que não pode brincar.
Todos nós temos uma história, uns já a viveram enquanto outros estão a vive-la agora. 
Cada tipo de história, cada história de amor (impossível) é diferente. 
Existem amores prováveis mas impossíveis. 
Existem histórias de amores impossíveis com finais felizes tal como existe apenas a história do amor impossível... 

Todos somos um alvo fácil do amor.
Todos somos um alvo fácil do amor improvável, do amor unilateral, do amor platónico, do amor impossível... E todos somos incapazes de remover a bala ou de simplesmente nos desviarmos.