quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Coração ou Pulsos?

Todos os dias acordo com vontade de não acordar nunca mais.
Todos os dias respiro com sentimentos de cortar a respiração.
Todos os dias vivo... com vontade de morrer.

Automutilo-me.
Automutilação.
Cortes.
Cortar pulsos.
Cortas as pernas.
Cortar os braços.
Sangrar.
Palavras que custam a muitas pessoas ouvir ou ler.
Quanto a mim, e a outras pessoas, não custa assim tanto.
(Automutilação) É um refúgio, um vício, uma dor física que torna o sofrimento interior menor.

O que está a sangrar neste momento são os meus pulsos, não sou eu, não é o meu coração.
O que me está a arder agora são os meus pulsos, enquanto o meu coração já não arde mais de dor.

A dor que sinto dentro de mim, está agora exposta, é agora uma dor física, uma dor que vai sarar com o tempo, cicatrizar com o tempo, e será como se nada ali tivesse acontecido. Mas o meu coração... esse já não é assim.
O meu coração sangra sem parar, levando também a minha cabeça a andar a mil.
Pensamentos aleatórios, pensamentos sem sentido, mas com tanto significado.

O x-ato tornou-se o meu melhor amigo, esteve sempre lá na minha dor, foi sempre a ele que recorri quando não aguentava mais tudo dentro de mim.
Cortar-me é como abrir uma saída, um novo caminho, mesmo que a única coisa que eu abra seja um corte no pulso.
Não, não sinto prazer em me cortar, e muito menos felicidade, mas sinto um alívio enorme a cada vez que o faço.
Cortar-me não me torna feliz, mas alivia-me
Cortar-me não me torna feliz, mas não me cortar também não.

Costumam pensar que sou feliz quando me vêem a sorrir, embora com os pulsos cortados. Também costumam pensar que sou insensível quando escrevo textos deste género, mesmo estando a expor as minhas fragilidades.
Por isso... Se pensas que sou psicopata, espero que saibas que mais um corte aparecerá.

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