quinta-feira, 28 de julho de 2016

2 meses de saudade

Mais um dia. Mais um mês.
O pior da despedida é a incerteza da volta, e eu nem sequer tive tempo para me despedir.

Superação, saudades, desespero. Estes e tantos outros sentimentos vagueiam pelo meu coração e pelo meu corpo. Saber que não te tenho destrói-me e ainda não o tomei realidade para mim. É como se a tua ida para o céu ainda não fosse verdadeira, ainda não caí em mim e também não sei se quero.. Sei que vou ter de enfrentar isto e visitar-te á tua nova casa, o cemitério. 

Queres saber um segredo ? Sempre adorei cemitérios, era um sitio meu mas ao mesmo tempo de tantas outras pessoas, pessoas de alma perdida, corações destruídos, pessoas em que o corpo só se mexia pela saudade e pela pequena força que os que já partiram lhes deixaram. E eu gostava de estar ali, adorava ir lá, porquê ? Acho que gostava de me sentir diferente e de imaginar cada história escondida atrás de cada sepultura. Gostava de imaginar, não vive-la. 
Hoje sei como é ter a alma perdida, um coração destruído e um corpo só mexido pela saudade e pela pequena força das memórias que vivemos.

Mas, se 70% do nosso corpo é constituído por água, posso eu afogar-me em mim ? Mas se eu posso, porque é que tu não pudeste ? Poderia eu salvar-te ?! 
Mas não. Não te afogaste em ti. Não dessa maneira. 
Afogaste-te na saudade e no amor, e na doença que esse amor trazia. 
Matou-te o coração, pela doença e pelo amor.   

Hoje não sei, mas talvez amanha já saberei que não estás mais aqui, mas acredito que cada raio de sol que entre pela janela sejas tu a dar-me um sinal da tua pouca mas grande existência na terra.


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